Aspectos gerais da história da imprensa
De acordo com SODRÉ (1983), a história da imprensa tem relações profundas com a história do desenvolvimento capitalista. Isto se justificaria de duas formas. Primeiro porque a uniformidade, que é a regra geral da ordem capitalista, é também um fator determinante no que se refere à influência que a mídia impressa exerce sobre os comportamentos, padronizando-os através da universalização de valores éticos e culturais. Em segundo lugar, está a questão da liberdade de opinião e de informação.
A invenção da prensa de tipos móveis por Guttenberg se deu numa fase de prelúdio mercantilista, na qual as trocas (fossem elas materiais ou não, como no caso de idéias, informações e opiniões) interessavam apenas a pequenos grupos e eram controladas pela autoridade governamental. Com o tempo, estes pequenos grupos se consolidaram como poderosas forças econômicas e passaram a reclamar a liberdade em relação às trocas. Nascia, assim, o princípio da liberdade de imprensa, uma vez que, entre estas “trocas”, estava a troca de idéias, informações e opiniões. Nos Estados Unidos, por exemplo, a ausência de um passado feudal permitiu que, com a independência, houvesse o alargamento da liberdade de impressa. Já na Inglaterra, a chamada stamp tax durou até a metade do século XIX.
Neste cenário, fica fácil entender porque os Estados Unidos ganharam, desde cedo, a corrida para a revolução nas técnicas da imprensa, apesar de ter sido o londrino The Times o primeiro a utilizar a máquina a vapor em sua impressão. Obviamente, estas revoluções permitiam a produção em massa por baixo custo e a aceleração da circulação, o que combinava com o surto demográfico das concentrações urbanas, marcadas, entre outras coisas, pela ascensão da democracia política e da alfabetização. Assim, mais jornais chegando mais rapidamente para mais gente que lia mais era uma situação que apontava diretamente para a necessidade de conquistar os novos mercados que surgiam; era uma forma acelerar a veiculação de idéias, opiniões, informações e... Mercadorias.
SODRÉ (1983) nos diz ainda que, conforme o capitalismo avançava, a estratégia da imprensa era a de atingir rapidamente os milhares de leitores. Dessa forma, a multiplicação vertiginosa de exemplares e sua distribuição veloz eram necessárias. O jornal tornou-se vetor e produto de consumo em uma nova era na qual as trocas não se resumiam apenas ao que é excedente, mas sim ampliavam-se a tudo que, mesmo que fosse moral ou físico, pudesse ser mercantilizado: a era da venalidade universal.
Os jornais precisaram, então, reconfigurar seus conteúdos e seu formato. Atingindo as massas urbanas com notícias ligadas às questões judiciárias, aos crimes e às paixões, a imprensa alimentava os indivíduos com os escândalos típicos da sociedade capitalista Além disso, a ligação entre a imprensa e as demais formas de produção conferiu importância à propaganda. Tudo isto fez com que o jornal precisasse aumentar o número de páginas: mais relatos e mais anúncios fizeram com que o pequeno jornal, semelhante ao livro, ganhasse os contornos atuais. Foi o que aconteceu com os americanos The Sun e Morning Herald. Ao mesmo tempo, outros jornais, como o Tribune, se recusavam a noticiar crimes e escândalos e optavam pela força editorial, pela predominância da opinião em relação à informação, o que se mostrou ineficiente em episódios como a Guerra da Secessão, que multiplicou a ação dos correspondentes no palco dos acontecimentos.
No tocante especificamente à prática jornalística, LAGE (2001) ressalta que a atividade da reportagem é quase inexistente em 200 dos 400 anos da história da imprensa. Quando surgiu, no início do século XVII, o jornalismo se preocupava com o discurso retórico de exaltação do Estado ou da religião, imitando o padrão dos grandes autores que surgiam em Portugal (Camões), na Espanha (Cervantes), na Inglaterra (Shakespeare) e na França (Molière). Ligados à burguesia, os jornais passaram a difundir seus ideais, publicando fatos de interesse comercial e político, mas dando ênfase ao que se chama de “artigo de fundo” ou “editorial” - um texto opinativo escrito pelo editor. Esta estrutura do jornal fixou a imagem do jornalista como “publicista”: um sujeito que se ocupava de orientações e interpretações políticas com um estilo semelhante ao dos discursos e proclamações. “A linguagem dominante ficava entre a fala parlamentar, a análise erudita e o sermão religioso”, afirma LAGE (2001, p.11). No século XVIII, por exemplo, a Revolução Francesa foi marcada por grandes figuras identificadas como publicistas.
Ratificando o que abordamos anteriormente com SODRÉ (1983), LAGE (2001) nomeia o século XIX como “o século dos tipógrafos”, devido à mecanização que chegou à indústria gráfica a reboque da Revolução Industrial. A ampla tiragem e o amplo consumo dos jornais, bem como a dependência financeira dos anunciantes, tiveram como conseqüência a mudança de estilo no conteúdo das publicações: a retórica do jornalismo publicista não funcionava frente à nova leva de leitores, pertencentes a uma cultura popular objetiva. A conquista desta nova leva de leitores, por sua vez, levou a uma acirrada concorrência entre os jornais, que passaram a ter um caráter ao mesmo tempo educador e sensacionalista.
A característica educativa do jornalismo desta época se explica pelas mudanças radicais no comportamento e nas relações dos homens, que deixavam para trás uma certa perenidade da vida no campo para se aventurarem na multidão de estranhos que compunham as novas populações urbanas. O frêmito das cidades e a necessidade de entender a dinâmica de suas relações fizeram com que o jornalismo ensinasse às pessoas o que ver, o que ler, como se vestir e como se portar. Concomitantemente, a função educativa de socialização demandava fórmulas eficazes de mobilização dos leitores, ou seja: era preciso envolvê-los e emocioná-los. Era preciso provocar sensações nestes leitores – daí o sensacionalismo.
“O paradigma para isso era a literatura novelesca: o sentimentalismo, para as moças; a aventura, para os jovens; o exótico e o incomum, para toda a gente. A realidade deveria ser tão fascinante quanto a ficção e, se não fosse, era preciso fazê-la ser”. (LAGE: 2001, p.15)
Para o autor, o jornalismo publicista dos séculos XVII e XVIII e o jornalismo educador e sensacionalista do século XIX foram seguidos pelo jornalismo-testemunho do século XX. De acréscimo cultural e recreação, o jornalismo se tornou essencial à vida dos homens, fazendo com que a informação, principalmente a informação especializada, circulasse de forma simplificada. O jornalista se torna um tradutor de discursos, confrontando diferentes perspectivas e selecionando fatos e opiniões que permitam que o leitor se oriente diante da realidade. Sob a idéia de “inovação cultural”, a concepção de jornalismo a que isto remete vai ao encontro da afirmação de MELO (2006) de que “o jornalismo é um fenômeno universal com raízes européias”.
Para particularizarmos nosso estudo em relação ao jornalismo brasileiro, não basta levar em conta os modelos trazidos pelos portugueses: segundo MELO (2006), é preciso considerar também os aspectos comunicacionais dos movimentos migratórios; as questões de dependência tecnológica e econômica; as influências conjunturais; as contingências históricas. Em suas raízes, o jornalismo brasileiro baseia-se em um modelo português determinado por influências britânicas e francesas que, mais tarde, também sofreu intervenções italianas, alemãs e espanholas e cujo maior impacto se deu pelo jornalismo norte-americano, principalmente através de suas agências noticiosas e pela importação de sua tecnologia. Para MELO (2006), esta torrente de influências, porém, não evitou que o jornalismo brasileiro se estruturasse de forma criativa e adquirisse uma feição diferenciada.
“Praticamos sempre formas de expressão jornalística que, a não ser residualmente, deixaram de seguir o exacerbado panfletarismo francês e tampouco absorveram o receituário da objetividade norte-americana. Construímos um arcabouço narrativo, onde o real transparece com nitidez, dissimulando embora as conotações ideológicas, sem contudo esconder as nuances da política editorial que tornaram diferentes as instituições jornalísticas.” (MELO: 2006, p.70)
Para o autor, os gêneros opinativos (coluna, crônica, comentário, resenha, editorial, caricatura, carta) brasileiros se distanciaram dos norte-americanos, dos italianos, dos alemães e dos espanhóis quando assumiram uma feição eminentemente opinativa. MELO (2006) ressalta que, no Brasil, as colunas se traduzem como núcleos de poder; que a crônica se configurou como relato poético com sentido político; que a resenha, distante da profundidade característica do jornalismo francês e norte-americano, se alimenta de produtos culturais que promovem a indústria da cultura; que o editorial reproduz em sua estrutura o modelo do discurso aristotélico e funciona como conversação com os poderosos; que a caricatura, em vez de tradução gráfica do editorial, interpreta o comportamento coletivo, ironiza o cotidiano e satiriza os personagens de acordo com o “estilo maroto da gozação nacional”; e que a carta do leitor mostra a sutileza de por na fala do cidadão comum as críticas que, por conveniência, não estão na reportagem.
Como grifo destas idiossincrasias, BARBOSA (2007) propõe uma leitura (no sentido estrito da palavra, ou seja, como interpretação crítica) dos jornais do Rio de Janeiro durante o século XX. Antes disto, as inúmeras configurações do periodismo carioca têm como marco a Gazeta do Rio de Janeiro, o primeiro jornal impresso da cidade (1808) e que era controlado pela Coroa Portuguesa. Segundo BARBOSA (2007), a imprensa do século XIX na cidade divide-se entre a “oficial” e a “oficiosa” (que reproduzia a fala oficial para se beneficiar da proximidade ao poder). Com a fundação do anti-lusófilo Aurora Fluminense e do inicialmente moderado Jornal do Commercio, a base da produção editorial dos jornais passa a se caracterizar pela construção de um discurso político: ambos os jornais prepararam e propagandearam os movimentos que levariam à abdicação de D. Pedro I. Mas é a partir de 1870 que ocorre uma mudança radical no perfil dos veículos impressos, uma vez que se ampliam os debates e as polêmicas sobre as questões republicanas e abolicionistas.
“No cenário de uma cidade que vive uma nova cultura política, a imprensa passa a ampliar essas discussões. Construindo idéias dominantes num jornalismo de viés exclusivamente opinativo. É nessa conjuntura que se instala a imprensa abolicionista”. (BARBOSA: 2007, p.16)
Antecedidos por pasquins que criticavam a escravidão na primeira metade do século XIX, a imprensa abolicionista toma corpo a partir de 1870, tendo o Cidade do Rio (1887), de José do Patrocínio, como principal jornal abolicionista do Rio de Janeiro. As idéias antiescravistas tomam, então, uma enorme atenção pública.
Dialogando com a imprensa desta época, o estudo de BARBOSA (2007) envereda pelo século XX, partindo das intensas tecnologias e inovações que marcaram o início do período: máquinas a vapor, linotipos, tiragens de milhares de exemplares, vendas avulsas, textos literários, etc., fazem com que o jornal chegue “barato, popular e fácil de fazer” ao século XX. BARBOSA (2007) nos mostra que, nele, as duas primeiras décadas trazem a proliferação e a consolidação de revistas como Revista da Semana (1900), O Malho (1902) Careta (1907) e Fon-Fon (1908). A década de 1920 é marcada pelas notícias sensacionais, que mesclam o dia-a-dia do leitor à estética melodramática, principalmente em A Manhã (no qual trabalhou Nelson Rodrigues) e em A Crítica; pelas tragédias sentidas através das narrativas dos repórteres; pelo sucesso do noticiário policial de A Noite; pela formação dos primeiros conglomerados de imprensa; pelas conspirações do dono de O Jornal, Assis Chateaubriand, contra o governo de Washington Luís. Nos anos 1930, BARBOSA (2007) ressalta que a complexidade das relações políticas se reflete na configuração do jornalismo do Rio de Janeiro. O jornalismo do período do Estado Novo de Getúlio Vargas é marcado pela censura à imprensa e pelos aparelhos de repressão (como o DIP, Departamento de Imprensa e Propaganda); pela exclusividade de divulgação dada ao Estado e pela inclusão da voz do povo em outros lugares midiáticos; pelo lugar social e político do jornalista diante da batalha de e pelo poder.
BARBOSA (2007) também ressalta os aspectos de uma imprensa do Rio de Janeiro que, entre 1900 e 1950, também existe como figuração literária, na qual são abordados o cotidiano das redações e as múltiplas relações dos leitores com as publicações; e através da qual destaca-se o poder simbólico dos periódicos e revela-se o prestígio daqueles que representam o mundo para o público: os homens da imprensa. Dentre estas obras, a autora destaca As recordações do escrivão Isaías Caminha, de Lima Barreto, “que remonta o dia-a-dia da redação do fictício jornal O Globo – na verdade o Correio da Manhã”.
“A revolução da imprensa no início do século, as contradições do jornalismo, as autoconstruções engendradas pelos periódicos para se tornarem representativos de toda a sociedade aparecem, portanto, nas obras literárias. Da mesma forma, o movimento em direção ao sensacionalismo também vai ser imortalizado pela literatura”. (BARBOSA: 2007, p.129)
Como “fábrica de notícias”, os jornais consolidam seu poderio e seu prestígio na primeira metade do século XX, dando status social ao jornalista. Mas é na década de 1950 que a modernização atinge os jornais de forma a revolucionar seus conteúdos, sua estética e sua estrutura. Indo ao encontro do desenvolvimentismo de JK, os periódicos mais importantes do Rio de Janeiro passam por transformações que redefinem o próprio campo do jornalismo. Neste sentido, BARBOSA (2007) aponta a reforma do Diário Carioca como o marco para a caracterização da narrativa jornalística como neutra e imparcial.
“O que se procura construir naquele momento é a autonomização do campo jornalístico em relação ao literário, fundamental para a autoconstrução da legitimidade da própria profissão. Assim, as reformas dos jornais da década de 1950 devem ser lidas como um momento de construção, pelos próprios profissionais, do marco fundador de um jornalismo que se fazia moderno e permeado por uma neutralidade fundamental para espelhar o mundo. A mítica da objetividade – imposta pelos padrões redacionais e editoriais – é fundamental para dar ao campo lugar autônomo e reconhecido, construindo o jornalismo como a única atividade capaz de decifrar o mundo para o leitor”. (BARBOSA: 2007, p. 150)
É o mito da objetividade que faz com que a enunciação da verdade dos acontecimentos legitime o jornalismo, que se constitui como o registro factual por excelência. Ao narrar o mundo, o jornalismo funciona como um suposto espelho da realidade para o leitor e “os jornalistas idealizam a profissão e o papel que devem ter na sociedade” (BARBOSA: 2007, p.151). Informação neutra, imparcialidade, linguagem padronizada, lide e copidescagem passam, definitivamente, a fazer parte da prática e do jargão jornalísticos. A imagem de independência e de neutralidade passa a ser fundamental para a imprensa, que desempenha funções políticas, de propaganda, de polícia e de grande influência moral e cultural.
Esteticamente, a grande revolução da década de 1950 fica a cargo do Jornal do Brasil que, a partir de 1956, realiza uma ampla reforma gráfica, dando ao jornal características visuais que perduram até hoje. Ao mesmo tempo, Tribuna da Imprensa e Diário Carioca cristalizam normas precisas para a produção das narrativas noticiosas, lançando o que até hoje orienta os profissionais dos jornais: o manual de redação. O jornalismo se profissionaliza: as reuniões diárias são introduzidas no cotidiano das redações; as editorias são organizadas; os arquivos e departamentos de pesquisa são criados; o repórter passa a ser um egresso de cursos especializados.
É em meio a uma intensa modernização que a imprensa carioca entra nos anos 1960, a década na qual começará a ter de conviver com uma televisão cada vez mais forte e presente no dia-a-dia do país. A cena cotidiana é invadida e permeada por imagens que dialogam com o público e com o popular, ao mesmo tempo em que a censura afasta os jornalistas do campo político. Inicialmente, com o golpe de 1964, os grandes periódicos da cidade apoiaram os militares, sendo contra o que alguns chamavam do “festival de demagogia e indisciplina” do governo João Goulart. Em pouco tempo, a maioria deles se colocaria contra o regime ditatorial, principalmente depois da investida dos militares contra as redações do Correio da Manhã, O Globo, da Tribuna da Imprensa e da Última Hora. BARBOSA (2007), porém, chama a atenção para a idealização da atuação da imprensa neste período.
“Há, também, idealização na divulgação recorrente do discurso de que a imprensa luta bravamente – de maneira indiscriminada e genérica – contra a ação da censura. Na prática, esta luta não é tão uníssona, como também se observam acomodações. Como uma empresa que procura aferir lucros e ganhos simbólicos, a imprensa se defronta entre a construção de um discurso que a coloca num lugar heróico e a sua própria sobrevivência no mercado jornalístico e de bens simbólicos”. (BARBOSA: 2007, p.187)
Além disso, a autora também destaca a atuação diferenciada da censura em relação aos periódicos que, para os ditadores, deveriam não só “informar” como também “orientar” o povo. Instaura-se, a partir de 1968, com o Ato Institucional n° 5, a censura prévia. Como antecipação às represálias, os jornais passaram a se autocensurar, controlando antecipada e voluntariamente as informações a serem veiculadas. A sobrevivência de vários jornais é ameaçada e a imprensa carioca entra nos anos 1970 marcada pelo desaparecimento de vários deles.
Nesta fase, O Globo e O Dia são os jornais de maior tiragem na cidade e, ao lado do Jornal do Brasil, são os sobreviventes protagonistas da crise que assola a imprensa (principalmente pelo alto custo do papel). Juntos, detinham 90% dos leitores. O Globo introduz a impressão em off-set, que oferece "boa qualidade a custos compensadores, precisão na impressão em cores, perfeito registro, grandes tiragens com muita rapidez e impressão de várias cores em uma única operação” (RABAÇA & BARBOSA: 2001, p.521), além de permitir a impressão em diversos tipos de papéis e materiais. Paralelamente, O Dia, além de incorrer no clientelismo, privilegia, por aproximação ou distanciamento, o cotidiano dos leitores, através de narrativas que simulam experiências de vida e editando temas ligados ao mundo do trabalho. Ao inaugurarem o que BARBOSA (2007) chama de “o novo sensacionalismo”, os textos de O Dia
“Trazendo o mundo do leitor para as páginas da publicação, ofertando esse mesmo mundo aos seus sentidos criam, pelo ato narrativo, a possibilidade de transformação da realidade. Lendo as notícias de um mundo próximo, visualizando a fantasia ao lado da realidade, abre-se também ao leitor a possibilidade do sonho”. (BARBOSA: 2007, p.218)
Na década de 1980, o jornal é vendido e passa por uma reformulação que o leva a atingir também as classes A e B. A imprensa passará a incorporar as tecnologias da informática, e os três “sobreviventes” – O Globo, O Dia e Jornal do Brasil - do Rio de Janeiro, após a informatização de suas redações, compõem suas edições em papel em sinergia com suas versões on line.
Bibliografia: SODRÉ, Nelson Werneck. História da imprensa no Brasil. São Paulo: Martins Fontes, 1983. // LAGE, Nilson. A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. Rio de Janeiro: Record, 2001. // MELO, José Marques de. Teoria do jornalismo: identidades brasileiras. São Paulo: Paulus, 2006. // BARBOSA, Marialva. História cultural da imprensa. Rio de Janeiro: Mauad, 2007 // RABAÇA, Carlos Alberto & BARBOSA, Gustavo Guimarães. Dicionário de comunicação. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
A invenção da prensa de tipos móveis por Guttenberg se deu numa fase de prelúdio mercantilista, na qual as trocas (fossem elas materiais ou não, como no caso de idéias, informações e opiniões) interessavam apenas a pequenos grupos e eram controladas pela autoridade governamental. Com o tempo, estes pequenos grupos se consolidaram como poderosas forças econômicas e passaram a reclamar a liberdade em relação às trocas. Nascia, assim, o princípio da liberdade de imprensa, uma vez que, entre estas “trocas”, estava a troca de idéias, informações e opiniões. Nos Estados Unidos, por exemplo, a ausência de um passado feudal permitiu que, com a independência, houvesse o alargamento da liberdade de impressa. Já na Inglaterra, a chamada stamp tax durou até a metade do século XIX.
Neste cenário, fica fácil entender porque os Estados Unidos ganharam, desde cedo, a corrida para a revolução nas técnicas da imprensa, apesar de ter sido o londrino The Times o primeiro a utilizar a máquina a vapor em sua impressão. Obviamente, estas revoluções permitiam a produção em massa por baixo custo e a aceleração da circulação, o que combinava com o surto demográfico das concentrações urbanas, marcadas, entre outras coisas, pela ascensão da democracia política e da alfabetização. Assim, mais jornais chegando mais rapidamente para mais gente que lia mais era uma situação que apontava diretamente para a necessidade de conquistar os novos mercados que surgiam; era uma forma acelerar a veiculação de idéias, opiniões, informações e... Mercadorias.
SODRÉ (1983) nos diz ainda que, conforme o capitalismo avançava, a estratégia da imprensa era a de atingir rapidamente os milhares de leitores. Dessa forma, a multiplicação vertiginosa de exemplares e sua distribuição veloz eram necessárias. O jornal tornou-se vetor e produto de consumo em uma nova era na qual as trocas não se resumiam apenas ao que é excedente, mas sim ampliavam-se a tudo que, mesmo que fosse moral ou físico, pudesse ser mercantilizado: a era da venalidade universal.
Os jornais precisaram, então, reconfigurar seus conteúdos e seu formato. Atingindo as massas urbanas com notícias ligadas às questões judiciárias, aos crimes e às paixões, a imprensa alimentava os indivíduos com os escândalos típicos da sociedade capitalista Além disso, a ligação entre a imprensa e as demais formas de produção conferiu importância à propaganda. Tudo isto fez com que o jornal precisasse aumentar o número de páginas: mais relatos e mais anúncios fizeram com que o pequeno jornal, semelhante ao livro, ganhasse os contornos atuais. Foi o que aconteceu com os americanos The Sun e Morning Herald. Ao mesmo tempo, outros jornais, como o Tribune, se recusavam a noticiar crimes e escândalos e optavam pela força editorial, pela predominância da opinião em relação à informação, o que se mostrou ineficiente em episódios como a Guerra da Secessão, que multiplicou a ação dos correspondentes no palco dos acontecimentos.
No tocante especificamente à prática jornalística, LAGE (2001) ressalta que a atividade da reportagem é quase inexistente em 200 dos 400 anos da história da imprensa. Quando surgiu, no início do século XVII, o jornalismo se preocupava com o discurso retórico de exaltação do Estado ou da religião, imitando o padrão dos grandes autores que surgiam em Portugal (Camões), na Espanha (Cervantes), na Inglaterra (Shakespeare) e na França (Molière). Ligados à burguesia, os jornais passaram a difundir seus ideais, publicando fatos de interesse comercial e político, mas dando ênfase ao que se chama de “artigo de fundo” ou “editorial” - um texto opinativo escrito pelo editor. Esta estrutura do jornal fixou a imagem do jornalista como “publicista”: um sujeito que se ocupava de orientações e interpretações políticas com um estilo semelhante ao dos discursos e proclamações. “A linguagem dominante ficava entre a fala parlamentar, a análise erudita e o sermão religioso”, afirma LAGE (2001, p.11). No século XVIII, por exemplo, a Revolução Francesa foi marcada por grandes figuras identificadas como publicistas.
Ratificando o que abordamos anteriormente com SODRÉ (1983), LAGE (2001) nomeia o século XIX como “o século dos tipógrafos”, devido à mecanização que chegou à indústria gráfica a reboque da Revolução Industrial. A ampla tiragem e o amplo consumo dos jornais, bem como a dependência financeira dos anunciantes, tiveram como conseqüência a mudança de estilo no conteúdo das publicações: a retórica do jornalismo publicista não funcionava frente à nova leva de leitores, pertencentes a uma cultura popular objetiva. A conquista desta nova leva de leitores, por sua vez, levou a uma acirrada concorrência entre os jornais, que passaram a ter um caráter ao mesmo tempo educador e sensacionalista.
A característica educativa do jornalismo desta época se explica pelas mudanças radicais no comportamento e nas relações dos homens, que deixavam para trás uma certa perenidade da vida no campo para se aventurarem na multidão de estranhos que compunham as novas populações urbanas. O frêmito das cidades e a necessidade de entender a dinâmica de suas relações fizeram com que o jornalismo ensinasse às pessoas o que ver, o que ler, como se vestir e como se portar. Concomitantemente, a função educativa de socialização demandava fórmulas eficazes de mobilização dos leitores, ou seja: era preciso envolvê-los e emocioná-los. Era preciso provocar sensações nestes leitores – daí o sensacionalismo.
“O paradigma para isso era a literatura novelesca: o sentimentalismo, para as moças; a aventura, para os jovens; o exótico e o incomum, para toda a gente. A realidade deveria ser tão fascinante quanto a ficção e, se não fosse, era preciso fazê-la ser”. (LAGE: 2001, p.15)
Para o autor, o jornalismo publicista dos séculos XVII e XVIII e o jornalismo educador e sensacionalista do século XIX foram seguidos pelo jornalismo-testemunho do século XX. De acréscimo cultural e recreação, o jornalismo se tornou essencial à vida dos homens, fazendo com que a informação, principalmente a informação especializada, circulasse de forma simplificada. O jornalista se torna um tradutor de discursos, confrontando diferentes perspectivas e selecionando fatos e opiniões que permitam que o leitor se oriente diante da realidade. Sob a idéia de “inovação cultural”, a concepção de jornalismo a que isto remete vai ao encontro da afirmação de MELO (2006) de que “o jornalismo é um fenômeno universal com raízes européias”.
Para particularizarmos nosso estudo em relação ao jornalismo brasileiro, não basta levar em conta os modelos trazidos pelos portugueses: segundo MELO (2006), é preciso considerar também os aspectos comunicacionais dos movimentos migratórios; as questões de dependência tecnológica e econômica; as influências conjunturais; as contingências históricas. Em suas raízes, o jornalismo brasileiro baseia-se em um modelo português determinado por influências britânicas e francesas que, mais tarde, também sofreu intervenções italianas, alemãs e espanholas e cujo maior impacto se deu pelo jornalismo norte-americano, principalmente através de suas agências noticiosas e pela importação de sua tecnologia. Para MELO (2006), esta torrente de influências, porém, não evitou que o jornalismo brasileiro se estruturasse de forma criativa e adquirisse uma feição diferenciada.
“Praticamos sempre formas de expressão jornalística que, a não ser residualmente, deixaram de seguir o exacerbado panfletarismo francês e tampouco absorveram o receituário da objetividade norte-americana. Construímos um arcabouço narrativo, onde o real transparece com nitidez, dissimulando embora as conotações ideológicas, sem contudo esconder as nuances da política editorial que tornaram diferentes as instituições jornalísticas.” (MELO: 2006, p.70)
Para o autor, os gêneros opinativos (coluna, crônica, comentário, resenha, editorial, caricatura, carta) brasileiros se distanciaram dos norte-americanos, dos italianos, dos alemães e dos espanhóis quando assumiram uma feição eminentemente opinativa. MELO (2006) ressalta que, no Brasil, as colunas se traduzem como núcleos de poder; que a crônica se configurou como relato poético com sentido político; que a resenha, distante da profundidade característica do jornalismo francês e norte-americano, se alimenta de produtos culturais que promovem a indústria da cultura; que o editorial reproduz em sua estrutura o modelo do discurso aristotélico e funciona como conversação com os poderosos; que a caricatura, em vez de tradução gráfica do editorial, interpreta o comportamento coletivo, ironiza o cotidiano e satiriza os personagens de acordo com o “estilo maroto da gozação nacional”; e que a carta do leitor mostra a sutileza de por na fala do cidadão comum as críticas que, por conveniência, não estão na reportagem.
Como grifo destas idiossincrasias, BARBOSA (2007) propõe uma leitura (no sentido estrito da palavra, ou seja, como interpretação crítica) dos jornais do Rio de Janeiro durante o século XX. Antes disto, as inúmeras configurações do periodismo carioca têm como marco a Gazeta do Rio de Janeiro, o primeiro jornal impresso da cidade (1808) e que era controlado pela Coroa Portuguesa. Segundo BARBOSA (2007), a imprensa do século XIX na cidade divide-se entre a “oficial” e a “oficiosa” (que reproduzia a fala oficial para se beneficiar da proximidade ao poder). Com a fundação do anti-lusófilo Aurora Fluminense e do inicialmente moderado Jornal do Commercio, a base da produção editorial dos jornais passa a se caracterizar pela construção de um discurso político: ambos os jornais prepararam e propagandearam os movimentos que levariam à abdicação de D. Pedro I. Mas é a partir de 1870 que ocorre uma mudança radical no perfil dos veículos impressos, uma vez que se ampliam os debates e as polêmicas sobre as questões republicanas e abolicionistas.
“No cenário de uma cidade que vive uma nova cultura política, a imprensa passa a ampliar essas discussões. Construindo idéias dominantes num jornalismo de viés exclusivamente opinativo. É nessa conjuntura que se instala a imprensa abolicionista”. (BARBOSA: 2007, p.16)
Antecedidos por pasquins que criticavam a escravidão na primeira metade do século XIX, a imprensa abolicionista toma corpo a partir de 1870, tendo o Cidade do Rio (1887), de José do Patrocínio, como principal jornal abolicionista do Rio de Janeiro. As idéias antiescravistas tomam, então, uma enorme atenção pública.
Dialogando com a imprensa desta época, o estudo de BARBOSA (2007) envereda pelo século XX, partindo das intensas tecnologias e inovações que marcaram o início do período: máquinas a vapor, linotipos, tiragens de milhares de exemplares, vendas avulsas, textos literários, etc., fazem com que o jornal chegue “barato, popular e fácil de fazer” ao século XX. BARBOSA (2007) nos mostra que, nele, as duas primeiras décadas trazem a proliferação e a consolidação de revistas como Revista da Semana (1900), O Malho (1902) Careta (1907) e Fon-Fon (1908). A década de 1920 é marcada pelas notícias sensacionais, que mesclam o dia-a-dia do leitor à estética melodramática, principalmente em A Manhã (no qual trabalhou Nelson Rodrigues) e em A Crítica; pelas tragédias sentidas através das narrativas dos repórteres; pelo sucesso do noticiário policial de A Noite; pela formação dos primeiros conglomerados de imprensa; pelas conspirações do dono de O Jornal, Assis Chateaubriand, contra o governo de Washington Luís. Nos anos 1930, BARBOSA (2007) ressalta que a complexidade das relações políticas se reflete na configuração do jornalismo do Rio de Janeiro. O jornalismo do período do Estado Novo de Getúlio Vargas é marcado pela censura à imprensa e pelos aparelhos de repressão (como o DIP, Departamento de Imprensa e Propaganda); pela exclusividade de divulgação dada ao Estado e pela inclusão da voz do povo em outros lugares midiáticos; pelo lugar social e político do jornalista diante da batalha de e pelo poder.
BARBOSA (2007) também ressalta os aspectos de uma imprensa do Rio de Janeiro que, entre 1900 e 1950, também existe como figuração literária, na qual são abordados o cotidiano das redações e as múltiplas relações dos leitores com as publicações; e através da qual destaca-se o poder simbólico dos periódicos e revela-se o prestígio daqueles que representam o mundo para o público: os homens da imprensa. Dentre estas obras, a autora destaca As recordações do escrivão Isaías Caminha, de Lima Barreto, “que remonta o dia-a-dia da redação do fictício jornal O Globo – na verdade o Correio da Manhã”.
“A revolução da imprensa no início do século, as contradições do jornalismo, as autoconstruções engendradas pelos periódicos para se tornarem representativos de toda a sociedade aparecem, portanto, nas obras literárias. Da mesma forma, o movimento em direção ao sensacionalismo também vai ser imortalizado pela literatura”. (BARBOSA: 2007, p.129)
Como “fábrica de notícias”, os jornais consolidam seu poderio e seu prestígio na primeira metade do século XX, dando status social ao jornalista. Mas é na década de 1950 que a modernização atinge os jornais de forma a revolucionar seus conteúdos, sua estética e sua estrutura. Indo ao encontro do desenvolvimentismo de JK, os periódicos mais importantes do Rio de Janeiro passam por transformações que redefinem o próprio campo do jornalismo. Neste sentido, BARBOSA (2007) aponta a reforma do Diário Carioca como o marco para a caracterização da narrativa jornalística como neutra e imparcial.
“O que se procura construir naquele momento é a autonomização do campo jornalístico em relação ao literário, fundamental para a autoconstrução da legitimidade da própria profissão. Assim, as reformas dos jornais da década de 1950 devem ser lidas como um momento de construção, pelos próprios profissionais, do marco fundador de um jornalismo que se fazia moderno e permeado por uma neutralidade fundamental para espelhar o mundo. A mítica da objetividade – imposta pelos padrões redacionais e editoriais – é fundamental para dar ao campo lugar autônomo e reconhecido, construindo o jornalismo como a única atividade capaz de decifrar o mundo para o leitor”. (BARBOSA: 2007, p. 150)
É o mito da objetividade que faz com que a enunciação da verdade dos acontecimentos legitime o jornalismo, que se constitui como o registro factual por excelência. Ao narrar o mundo, o jornalismo funciona como um suposto espelho da realidade para o leitor e “os jornalistas idealizam a profissão e o papel que devem ter na sociedade” (BARBOSA: 2007, p.151). Informação neutra, imparcialidade, linguagem padronizada, lide e copidescagem passam, definitivamente, a fazer parte da prática e do jargão jornalísticos. A imagem de independência e de neutralidade passa a ser fundamental para a imprensa, que desempenha funções políticas, de propaganda, de polícia e de grande influência moral e cultural.
Esteticamente, a grande revolução da década de 1950 fica a cargo do Jornal do Brasil que, a partir de 1956, realiza uma ampla reforma gráfica, dando ao jornal características visuais que perduram até hoje. Ao mesmo tempo, Tribuna da Imprensa e Diário Carioca cristalizam normas precisas para a produção das narrativas noticiosas, lançando o que até hoje orienta os profissionais dos jornais: o manual de redação. O jornalismo se profissionaliza: as reuniões diárias são introduzidas no cotidiano das redações; as editorias são organizadas; os arquivos e departamentos de pesquisa são criados; o repórter passa a ser um egresso de cursos especializados.
É em meio a uma intensa modernização que a imprensa carioca entra nos anos 1960, a década na qual começará a ter de conviver com uma televisão cada vez mais forte e presente no dia-a-dia do país. A cena cotidiana é invadida e permeada por imagens que dialogam com o público e com o popular, ao mesmo tempo em que a censura afasta os jornalistas do campo político. Inicialmente, com o golpe de 1964, os grandes periódicos da cidade apoiaram os militares, sendo contra o que alguns chamavam do “festival de demagogia e indisciplina” do governo João Goulart. Em pouco tempo, a maioria deles se colocaria contra o regime ditatorial, principalmente depois da investida dos militares contra as redações do Correio da Manhã, O Globo, da Tribuna da Imprensa e da Última Hora. BARBOSA (2007), porém, chama a atenção para a idealização da atuação da imprensa neste período.
“Há, também, idealização na divulgação recorrente do discurso de que a imprensa luta bravamente – de maneira indiscriminada e genérica – contra a ação da censura. Na prática, esta luta não é tão uníssona, como também se observam acomodações. Como uma empresa que procura aferir lucros e ganhos simbólicos, a imprensa se defronta entre a construção de um discurso que a coloca num lugar heróico e a sua própria sobrevivência no mercado jornalístico e de bens simbólicos”. (BARBOSA: 2007, p.187)
Além disso, a autora também destaca a atuação diferenciada da censura em relação aos periódicos que, para os ditadores, deveriam não só “informar” como também “orientar” o povo. Instaura-se, a partir de 1968, com o Ato Institucional n° 5, a censura prévia. Como antecipação às represálias, os jornais passaram a se autocensurar, controlando antecipada e voluntariamente as informações a serem veiculadas. A sobrevivência de vários jornais é ameaçada e a imprensa carioca entra nos anos 1970 marcada pelo desaparecimento de vários deles.
Nesta fase, O Globo e O Dia são os jornais de maior tiragem na cidade e, ao lado do Jornal do Brasil, são os sobreviventes protagonistas da crise que assola a imprensa (principalmente pelo alto custo do papel). Juntos, detinham 90% dos leitores. O Globo introduz a impressão em off-set, que oferece "boa qualidade a custos compensadores, precisão na impressão em cores, perfeito registro, grandes tiragens com muita rapidez e impressão de várias cores em uma única operação” (RABAÇA & BARBOSA: 2001, p.521), além de permitir a impressão em diversos tipos de papéis e materiais. Paralelamente, O Dia, além de incorrer no clientelismo, privilegia, por aproximação ou distanciamento, o cotidiano dos leitores, através de narrativas que simulam experiências de vida e editando temas ligados ao mundo do trabalho. Ao inaugurarem o que BARBOSA (2007) chama de “o novo sensacionalismo”, os textos de O Dia
“Trazendo o mundo do leitor para as páginas da publicação, ofertando esse mesmo mundo aos seus sentidos criam, pelo ato narrativo, a possibilidade de transformação da realidade. Lendo as notícias de um mundo próximo, visualizando a fantasia ao lado da realidade, abre-se também ao leitor a possibilidade do sonho”. (BARBOSA: 2007, p.218)
Na década de 1980, o jornal é vendido e passa por uma reformulação que o leva a atingir também as classes A e B. A imprensa passará a incorporar as tecnologias da informática, e os três “sobreviventes” – O Globo, O Dia e Jornal do Brasil - do Rio de Janeiro, após a informatização de suas redações, compõem suas edições em papel em sinergia com suas versões on line.
Bibliografia: SODRÉ, Nelson Werneck. História da imprensa no Brasil. São Paulo: Martins Fontes, 1983. // LAGE, Nilson. A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. Rio de Janeiro: Record, 2001. // MELO, José Marques de. Teoria do jornalismo: identidades brasileiras. São Paulo: Paulus, 2006. // BARBOSA, Marialva. História cultural da imprensa. Rio de Janeiro: Mauad, 2007 // RABAÇA, Carlos Alberto & BARBOSA, Gustavo Guimarães. Dicionário de comunicação. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
Comentários
:]
Cada vez que aprendo mais sobre a profissão, mais apaixonada fico pelo Jornalismo!
Abraço
Chandra Santos