Para entender estrelas e textos: aspectos introdutórios sobre a produção de discurso
Referências bibliográficas: ABREU, Antônio Suárez. Curso de redação. São Paulo: Editora Ática, 2003. / GRANATIC, Branca. Técnicas básicas de redação. São Paulo: Editora Scipione, 1999. / SOUZA, Luiz Marques de. & CARVALHO, Sérgio Waldeck. Compreensão e produção de textos. Petrópolis: Editora Vozes, 2000. / VANOYE, Francis. Usos da linguagem – Problemas e técnicas na produção oral e escrita. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1986.
De acordo com o autor Antônio Suárez Abreu, o discurso pode ser comparado às estrelas. Olhando para elas, estamos avistando o passado, uma vez que aquilo que vemos é a luz emitida por elas há milhões de anos. Mesmo que não existam mais, ainda podemos vê-las através dessa luz emitida em tempos remotos. Ao lermos um texto, esse processo se repete com o discurso que há nele: o sentido emitido pelo escritor só se completa quando suas palavras chegam até nós. Tal e qual a luz das estrelas, o discurso é dinâmico: pode ser repetido infinitamente, sempre de formas diferentes, dependendo do repertório de seus leitores. Ou seja: para entender estrelas e textos, não basta apenas olhar para eles.
Aqui, vale a pena a gente dar uma paradinha para refletir sobre a definição de Padre Antônio Vieira (1608-1697) acerca da técnica do discurso.
“Aprendemos no céu o estilo da disposição e também o das palavras. As estrelas são muito distintas e muito claras. Assim há de ser o estilo (...): muito distinto e muito claro. E nem por isso temais que pareça o estilo baixo: as estrelas são muito distintas e muito claras e altíssimas. O estilo pode ser muito claro e muito alto: tão claro que o entendam os que não sabem e tão alto que tenham muito o que entender os que sabem.”
Para entender um texto, não basta basear-se em seu conteúdo semântico específico: é preciso também entender a intenção de seu produtor (emissor), a sua ENUNCIAÇÃO ou o seu ATO ILOCUCIONAL. Só que, muitas vezes, a enunciação não está presente num texto, o que torna o ato de ler algo muito maior que simplesmente entender o que está escrito; é conseguir, a partir do nosso repertório, perceber as intenções (ou enunciações) do emissor quando ele CODIFICOU (ou elaborou) esse texto. Quando o leitor foi capaz de realizar o percurso de ler o texto associando-o à intenção/enunciação (do discurso) do emissor, ele conseguiu DECODIFICAR este texto.
Um texto é o produto estático e definitivo de uma enunciação. É como uma estrela. Mas, nele, há algo dinâmico: o discurso, que é um processo que começa quando o emissor realiza a codificação e “termina” quando o receptor cumpre a tarefa de decodificação. É a luz emitida por uma estrela. O discurso está para o texto como a luz está para a estrela.
De acordo com o autor Antônio Suárez Abreu, o discurso pode ser comparado às estrelas. Olhando para elas, estamos avistando o passado, uma vez que aquilo que vemos é a luz emitida por elas há milhões de anos. Mesmo que não existam mais, ainda podemos vê-las através dessa luz emitida em tempos remotos. Ao lermos um texto, esse processo se repete com o discurso que há nele: o sentido emitido pelo escritor só se completa quando suas palavras chegam até nós. Tal e qual a luz das estrelas, o discurso é dinâmico: pode ser repetido infinitamente, sempre de formas diferentes, dependendo do repertório de seus leitores. Ou seja: para entender estrelas e textos, não basta apenas olhar para eles.
Aqui, vale a pena a gente dar uma paradinha para refletir sobre a definição de Padre Antônio Vieira (1608-1697) acerca da técnica do discurso.
“Aprendemos no céu o estilo da disposição e também o das palavras. As estrelas são muito distintas e muito claras. Assim há de ser o estilo (...): muito distinto e muito claro. E nem por isso temais que pareça o estilo baixo: as estrelas são muito distintas e muito claras e altíssimas. O estilo pode ser muito claro e muito alto: tão claro que o entendam os que não sabem e tão alto que tenham muito o que entender os que sabem.”
Para entender um texto, não basta basear-se em seu conteúdo semântico específico: é preciso também entender a intenção de seu produtor (emissor), a sua ENUNCIAÇÃO ou o seu ATO ILOCUCIONAL. Só que, muitas vezes, a enunciação não está presente num texto, o que torna o ato de ler algo muito maior que simplesmente entender o que está escrito; é conseguir, a partir do nosso repertório, perceber as intenções (ou enunciações) do emissor quando ele CODIFICOU (ou elaborou) esse texto. Quando o leitor foi capaz de realizar o percurso de ler o texto associando-o à intenção/enunciação (do discurso) do emissor, ele conseguiu DECODIFICAR este texto.
Um texto é o produto estático e definitivo de uma enunciação. É como uma estrela. Mas, nele, há algo dinâmico: o discurso, que é um processo que começa quando o emissor realiza a codificação e “termina” quando o receptor cumpre a tarefa de decodificação. É a luz emitida por uma estrela. O discurso está para o texto como a luz está para a estrela.
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